Caixotes do tio André
Carlos Augusto B. Andrade Caixotes bem empilhados de fim de feira, amontoados naquele espaço da infância bem vivida. Ali a criançada brincava de escalada; montanha proibida, antecipando que, na vida, haveria mais do que planície. Hoje é possível lembrar das difíceis manobras pra chegar ao topo, antecipando os anseios, medos e dessabores da queda. Primos […]
Minha paleta
Carlos Augusto B. Andrade Vou pintar o sete com cores que violem a violência. Violeta ventilada pela metafísica, alquímica centrifugada. Com anil na base, solidifico o alicerce, com respeito e sinceridade, toque de flerte e de verdade. Não falta o azul do mar e do céu, profundidade, e estabilidade, alegorias finas sem escarcéu. Verde harmonia, […]
Bailando
Carlos Augusto B. Andrade Balançar o esqueleto, com molejoé arte,é remelexo. Bambolear com precisão, saltando,fazendo evolução,é poesia bailando.Cisne Negro,street dance,danças de roda,não importa,solte a corda.Viva a balada da vida,impulsionada pelo ritmodo coração;viver é cadência, é emoção.
Nasci com asas
Carlos Augusto B. Andrade Há seres querastejam,andam,correm,nadam,voame há aquelesque ficam paradosaindaque o mundo gire.Naturalmente,ando;já rastejei,pra pegar o chinelo,sob a cama;fiquei estático ao assistir a série preferida;corri para não perder o trem;nadei no oceanonaquele passeio de Kombiao litoral. Estou no meu momentoalado e transbordante,voando em ações e sonhos,como Pégasogalopando sobreas minhas nuvens;aquelas que construoa cada dia […]
Beijo enamorado
Carlos Augusto B. Andrade Toque sutilou frenético dos lábios molhados.Puro desejo do encontro.Afetoentre doiscorpos,duas almasque escolhema aproximaçãosincera,a troca de energias,afagadas ainda maispelo abraço terno.
Desigualdade
Carlos Augusto B. Andrade Hoje percebi mudança no tempo:ventovirouvendaval. Expectativas foram nas enxurradas.Levadas chuvascausaram refluxos, reflexos do descaso No caminho das desigualdades, há mais do que uma pedra,há muito discurso,políticas porno-partidárias,insensíveis às necessidades.
Jogar pião
Carlos Augusto B. de Andrade Pião que roda,na força da corda,gira, gira: vira moda,na palma da mão, ou no chão…Quem se lembra da garotadabrincado na calçada,ou na aldeia o pião de tucumãgirando pela manhã?Exalando brincadeirada boa,roda “a dor”de não ver mais girarpião embalador.* foto: tvbrasil.ebc.com.br
Consciência
Carlos Augusto B. Andrade A boa educação leva a nação a rumo certeiro, promove conhecimento, desvela crescimento, faz o povo ser por inteiro. Consciente dos direitos, deixa de ser manipulado pelos insensatos, pois encontra satisfeito, seu lugar de respeito. Argumenta com eficiência, não admite intolerância, reprova a arrogância, faz do próximo um aliado, no combate […]
Olhares
Carlos Augusto B. Andrade Olhei para fora e vi um mundo, olhei para dentro e percebi que ele é muito mais profundo.
Circunspecto
Carlos Augusto B. Andrade Olhar com prudência, cuidado e reserva, ajusta a eficiência a sua luz interna. Não se esconder, nem se expor, transcender é verdadeiro valor. Observar a natureza como oferta divina, sentindo sua pureza dócil, sincera e fina. Fechar seus olhos, encontrar novos espaços, respeitar os velhos, ajustar os passos. Num mantra profundo, […]