Poesias

Caixotes do tio André

Carlos Augusto B. Andrade

Caixotes bem empilhados
de fim de feira,
amontoados
naquele espaço 
da infância
bem vivida.

Ali a criançada
brincava de escalada;
montanha proibida,
antecipando que,
na vida, haveria
mais do que planície.

Hoje é possível lembrar
das difíceis manobras
pra chegar ao topo,
antecipando os anseios,
medos e dessabores da queda.

Primos franzinos
cheios de sonhos
tornavam-se mestres
que transformavam ilusões
em possibilidades.

A fantasia salvando
jovens da periferia,
pois quem deixa de sonhar
não chega a nenhum lugar.


* "em memória" ao Tio André um anjo em forma de gente; amor personificado.

Está gostando do conteúdo? Compartilhe >>