Carlos Augusto B. Andrade
Por entre as linhas
do poema
velejamos
sem dilema.
São linhas tortas,
sinuosas
pra fazer pia pensar.
Nada é o que está,
que vale, pos o posto
se modifica do tempo,
e o que está já é outra coisa,
pois já passou o momento.
Não adianta voltar,
pra tentar entender,
quando chegar novamente,
ao mesmo lugar,
a palavra é outra,
pois ela é viva
e se transmuta
nessa zona
turva, e
edificante
do velejar
pelos sentidos.
Sentiu?
O mar se abriu?
Esta na hora!
Sem demora,
veleje comigo agora,
entre no meu barco,
pegue um dos meus remos
e juntos caminhemos
pelos mares de então,
até que chegue
seu próprio momento,
sua própria inspiração.
Vejo nos seus olhos,
brilho luzente,
ideias brotando,
palavra cantante
começou a desabrochar.
Chegou a hora,
salte para a nova embarcação,
seja seu próprio timoneiro,
escreva sua canção.
Deixo você satisfeito,
com suas palavras,
dando o seu jeito.
Vou até o porto,
enquanto você se delicia,
encontrar outro garoto
que na lida de poeta
inicia.