Poesias

Tempos novos?

Carlos Augusto B. de Andrade

A vivência
com toda as interferências
naturais ou humanas
mostra que não há
novos tempos.

Temos tempos distintos
que ciclicamente
retornam,
transbordam em suas estações.

Primavera florida,
longa, quente
como a paixão contida.

Verão chuvoso,
vasto, abafado,
criminoso.

Outono fresco
ameno, duvidoso,
cheio de arabesco.

Inverno frio,
profundo, hibernante,
delirante.

Tempos não mudam,
são circulares
vem e vão,
respondendo as ações
em seus contextos
factuais.

Os seres que habitam
o tempo mudam,
transitam nele e por ele;
alguns evoluem,
respeitam a vida,
transcendem;
outros em sua inércia
constante,
levam adiante
o gene irredutível,
viral,
corruptível.

Image by PIRO4D from Pixabay

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