Poesias

De repente

Carlos Augusto B. Andrade

De repente...
acordei hoje,
sentindo um impulso vital,
uma vontade
meio animal
de morder:
canela do desaforado,
jugular do desrespeitoso,
mão do caluniador.

De repente...
senti vontade de amar,
de fazer carinho,
de cumprimentar
de agradecer pelo ninho,
de poder acariciar.

De repente...
fui trabalhar,
o pão de cada dia
ganhar;
comecei a digitar,
com um pouco de dor,
aquelas que são normais,
da vida naturais.

De repente... 
percebi que o dia passou
e sou gente:
fico bravo com a maldade
feliz com sinceridade
e tenho muita vontade
de "de repente"...
sei lá, entende?

* Imagem de Alexas_Fotos por Pixabay

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