Poesias

Da Varanda ao Portão

Carlos Augusto B. Andrade

Deitado na rede,
reinando no momento
do vai e vem,
penso em você.

Olho de um lado,
daquele do vai,
vejo-me viajando
pelo retrato na parede
que me distrai,
trazendo lembrança
da sua presença.

Olho do outro,
o do vem,
aquele do pequeno muro
que separa a varanda
lugar seguro,
do jardim,
lugar sagrado,
em que está o caminho;
aquele traçado,
pelo afeto,
do portão de entrada
ao prudente teto
do nosso lar.

Aguado ansioso,
no vai e vem da rede,
o pequeno portão abrir,
anunciado sua chegada
à morada
que temos de juntos construir.



* Imagem de Manfred Antranias Zimmer por Pixabay

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