Poesias

Desprovimento

Desprovido
Rente ao espesso mar de areia,
caminha o ralo resquício
do corpo quase inerte,
forças exauridas,
necessitadas de um toque
singelo e leve,
para recuperar energias,
do jovem da caatinga
que respira a poeira que se instala.

Ouve-se o alarido de uma prece:
poupa-me Senhor de partir,
antes de ouvir o som
de um riacho doce e
depois de um gole,
apenas um,
para sentir o gosto
da água viva,
coloco-me à disposição
do irmão que de mim esteja posto.

Ali jaz, mais um
a alguns metros
do riacho.
No caminho,
nem uma mão
para juntar-se a dele,
triste mundo individualista.

Autor: Carlos Augusto Baptista de Andrade

Imagem de jorge luiz ribas por Pixabay

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