Quando a poesia
pura cede espaço à arrogância imatura,
sua essência não brota, pois s desconfigura
do belo, do profundo, do simples.
Poetar é um modo de viver,
de se entregar ao hábito natural,
ao desejo que eleva,
à sutileza que ilumina.
É um sentir profundo da palavra,
que se torna a voz da alma.
É permitir que o poeta se liberte da prisão,
do exílio do medo que,
como um véu sombrio,
sufoca a criança,
marcada pela escura inibição.
É ter a certeza de que a poesia,
seja escrita ou declamada,
se metamorfoseia,
acalentando não só o eu,
mas também o outro.
Ela irradia luz ao momento presente,
ressurgindo viva como a Fênix,
labaredas libertadoras,
com a leveza da pena do poeta,
ela é pura emoção,
pronta para fazer o verbo brilhar.